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terça-feira, 12 de abril de 2011

A duplipensante mídia

É sempre assim. Durante o tempo que estou na rua, tenho um monte de ideias para escrever; quando chego em "casa", elas desaparecem. Mas agora vou fazer um esforço para colocar para fora os demônios do dia.

Hoje, lá na universidade um dos principais prédios esteve fechado. Ficou parecendo uma cena daqueles filmes de ficção científica, em que as pessoas são dizimadas por forças alienígenas. Foi tão bom. Acho que, na verdade, gostaria que as pessoas fossem excluídas do planeta. Outras horas penso que não, pois como seria a minha vida sem elas? 

É um saco porque penso que não deveria pensar assim, que Deus não gosta, enfim... 

Por falar em Deus, o assunto da vez é de um rapaz que assassinou (acho que) doze crianças no Rio de Janeiro numa escola. Li no Correio a seguinte manchete: "Columbine à brasileira". Péssimo. Tudo é péssimo: a morte de inocentes, a insanidade do pobre moço e a cobertura apelativa da mídia. Tenho tanta pena do rapaz (não é necessário falar das crianças, pois eram inocentes e tal). Meu Deus! O que ele não deve ter passado para acabar do jeito que acabou. Fico fazendo uma ponte comigo. Eu também sofri muito na minha infância. Eu sei o que é o agora popular bullying. Nossa! Ainda me lembro das perseguições que sofria de uns idiotinhas da minha turma. Hoje, tento pensar que eles não tinham culpa, que eram apenas reprodutores. Eu sempre botando panos quentes: na verdade, eles são reprodutores hoje, engravidando alguma mocinha e gerando novos seres que povoarão esse mundo e que, Deus queira, não se comportem como eles. 

Ando sempre chamando o nome d'Ele, pois as coisas as vezes parecem insuportáveis aqui em Brasília. Eu não sei de onde tiro esse sentimento de tristeza. Pensei que estando só fosse ser melhor, mas não: constato que é pior. É um conflito, pois viver aqui me dá a oportunidade de um lugar relativamente organizado, de pessoas reservadas, mas, ao mesmo tempo, sinto essa reserva como um atenuante dos meus problemas de relacionamento. Resultado: eu passo a, de certa forma, odiá-los. Começo a odiar as coisas, os preços altos no supermercado, o lugar onde estou, as pessoas que dividem o prédio comigo. Volto a mim e peço perdão a Deus. Depois de pedir perdão, penso que estou ficando estúpido, que estou indo em direção à loucura, que Deus não deve ser tão supervalorizado por mim.

Por isso que tenho pena do jovem. Ele deve ter passado por situações terríveis e não pôde mais aguentar. Sucumbiu. Agora ele é o novo vilão da "grande" imprensa, a mesma imprensa que promove debates sobre o bullying e aposta em programas de humor infelizes para arrecadar receita; que dá espaço a programas que sustentam imagem de uma beleza padronizada, que é apenas uma das várias belezas, a imprensa que promove o bullying. É o que aconteceu com Michael Jackson, mais uma vítima notória do bullynig dentro da família. A "grande" mídia percebia que ele estava se deteriorando, mas vendia mais mostrar uma aberração do que o grande artista que foi. E ele foi se matando. Morreu. 

Como este é um blogue aberto - apesar de considerar desnecessário -, afirmo que não estou de acordo em sair assassinando criancinhas. O que acredito é que esse caso deveria servir de exemplo do que o ser humano é capaz, mas em duas (ou mais) vias: a do criminoso e a do que o tornou "criminoso". Deveria-se pensar sobre como esse mundo gira com engrenagens viciadas, enferrujadas e como às vezes é triste ver e ficar sob isso.

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